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A obra fotográfica de Fernando Guerra em exposição no CCB

Fernando Guerra no CCB
Par JoÁ£o GALVÁƑO Il y a 7 ans
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Atividades Lisboa

O olhar do fotógrafo de arquitetura Fernando Guerra pode ser visto no CCB. E é português

 

Por João Galvão

 

Quem lê regularmente publicações de arquitetura e de decoração já se cruzou com certeza com o nome de Fernando Guerra na linha do crédito do fotógrafo. Isto é, se tem lido boas revistas, tanto nacionais como estrangeiras.; o trabalho de Fernando não é da classe decoradeira e gira. É uma coisa séria, bem feita, pensada e com sentido e, acima de tudo, duplamente responsável: pela sua própria obra e pela dos outros, a que retrata.

 

Bem fotografar arquitetura é uma arte sobre outra arte. O risco de um fotógrafo, pela sua objetiva, diminuir a obra que representa não é raro, muito pelo contrário. Agora, o contrário, pegar num edifício belo e apresentá-lo melhor, isso fazem muito poucos.

 

Fernando Guerra fá-lo brilhantemente, usando a luz como pincel, esperando a hora certa do dia (ou da noite) para que o edifício brilhe mais. E apresenta-o sempre habitado. Outros fazem-no por uma questão de escala, para que toda a gente perceba a altura daquele vão ou a profundidade daquela escadaria em curva. Mas Guerra faz da presença humana o complemento tão necessário à fotografia de arquitetura. Não serve esta afinal, a arquitetura, para ser habitada? Não são as pessoas a finalidade última da arquitetura?

 

A exposição pode ser vista na Garagem Sul do CCB, onde têm decorrido as mostras deste género. No centro expositivo está uma vitrine baixa que se alonga sobre todo o espaço, de topo a topo. De um lado, numa linha temporal que começa em 2000 e termina em 2017, o percurso, como que em postais, do olhar de Fernando Guerra. Do outro, as memórias do trabalho, em revistas, livros, folhetos, nas máquinas que usou, até nos drones que nos dizem agora como foi possível afinal aquela fotografia tão bela. E a presença constante de Siza Vieira, em retrato ou apanhado em função, como um diário intimista que Fernando oferece ao Mestre. E ao longo da vitrine ainda fotos de viagens, e outras ainda tão inusitadas mas que não fazem periclitar o sentido da mostra, como os figurinos de José Tenente fotografados em bastidor ou ensaio do Lago dos Cisnes, pela Companhia Nacional de Bailado, em 2013.

De um lado e do outro da baixa vitrine estão projetados diaporamas vários, o primeiro dedicado a Siza. Mas podem-se ver outros, como os Interiores, as Cenas Noturnas ou as Vistas Aéreas. Aqui e ali estão postas profundas caixas negras, como estranhos cinescópios invertidos, que ao fundo passam pequenos filmes. São os testemunhos dos arquitetos, cujo trabalho é a matéria prima de Fernando Guerra, que numa boa revanche falam aqui do fotógrafo e da sua obra.

 

3 dos nichos da mostra acolhem a escolha do artista, 9 fotos que para ele o representam, e de que se orgulha especialmente. E aqui e ali, os carros que usou ou usa, sempre bólides, rasteiros e velozes, num apontamento inusitado e único numa exposição que também por aqui se torna sem igual.

 

“Raio X de uma prática Fotográfica” – Fernando Guerra

Na Garagem Sul do CCB, até 15 de outubro

Entre as 10h00 e as 18h00

€4, gratuito para menores de 18 anos

Estudantes pagam €2

 

Nos dias 22 e 23 de setembro haverá um workshop de fotografia realizado por Fernando Guerra.

 

Mais info em [email protected]