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Comporta Café, um destino com alma e histórias para contar

Comporta Café | Entrevista com os proprietários
Par Inês ALMEIDA Il y a 7 ans
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“Quando dizia que a Praia da Comporta era uma das mais bonitas de Portugal, quiçá da Europa, as pessoas riam-se”

 

Luís Carvalho e Patrícia Pereira da Silva são os proprietários do Comporta Café, um restaurante situado no areal da Praia da Comporta. Neste espaço reina o bom gosto, a simpatia, o melhor da gastronomia tradicional portuguesa e uma vista sem igual.

 

Há quanto tempo surgiu o Comporta Café?

Patrícia: O Comporta Café vai fazer este ano 15 anos. Celebramos sempre, mas este ano vai ser especial.

 

 

O que tinham em mente quando criaram o Comporta Café?

Luís: Quando começámos com o Comporta Café, a nossa ideia era ter um conceito diferente da barraca de pescadores, que era a típica. Todos os restaurantes tinham esse aspeto. A ideia era fazer um espaço diferente e mais parecido com a varanda da nossa casa.

 

Ao longo dos tempos tivemos algumas ideias diferentes. Como as cadeiras dos realizadores na praia ou a ideia dos pufes, que já não temos hoje porque se massificou. Houve vários detalhes no início que fizeram diferença e continuamos com o espírito e a alma que pretendíamos ter, que é ter as pessoas satisfeitas e a voltar.

 

Esta praia, apesar de ter muita gente, tem um ambiente de muita tranquilidade na zona concessionada. Nós sentamos um número de pessoas limitado nesta zona. Ou seja, quem chega aqui vê uma zona de enorme tranquilidade, porque existe a zona concessionada onde as pessoas têm chapéu e depois há uma outra zona que também é vigiada e paga por nós para o cliente comum que não queira gastar dinheiro num chapéu.

 

 

E o Comporta Café, o que tem além da vista maravilhosa?

Luís: Tem a simpatia, acho eu, tem uma boa gastronomia. Eu sou suspeito por estar a dizer isto, mas tem. Esta é baseada nos arrozes da região e no peixe. Nós conciliamos as duas vertentes e conseguimos alguns pratos bastante originais.

 

Patrícia: Também temos muitos petiscos para quem queira sair da praia e comer algo leve. Todos os pratos são idealizados pelo Luís.

 

Luís: Fiz formação em cozinha e gestão hoteleira, portanto não há nada que se faça aqui que eu não saiba como se faz ou que não tenha idealizado. Tudo passa por mim.

 

Patrícia: Em dias de maior confusão, o Luís vai para a cozinha. Eu estou mais no exterior. Penso que as pessoas que vêm cá sentem que são recebidas quase como se estivessem em casa. Procuramos transmitir às pessoas que estamos agradados com a sua visita e procuramos saber porque estão cá, onde estão, se precisam de alguma coisa. As pessoas adoram esse contacto. Fazemos amizades giríssimas aqui no restaurante.

 

 

Têm clientes habituais?

Patrícia: Sim, há clientes que vêm todos os anos. Têm cá casa ou não têm mas gostam de vir passar férias para esta zona. Há cada vez mais estrangeiros. Há dias em que estamos no restaurante, sentamo-nos os dois, olhamos à volta e se tivermos uma mesa de portugueses é muito. Acontece com imensa frequência, sobretudo no Inverno.

 

 

Luís Carvalho e Patrícia Silva

Luís Carvalho e Patrícia Pereira da Silva

 

 

É como se os estrangeiros tivessem descoberto a Comporta primeiro que os portugueses?

Patrícia: Sim, vêm cá muitos estrangeiros. Muitos espanhóis principalmente. A Hola agora também só fala na Comporta. Os franceses têm tendência para arranjarem casas cá ou para ficarem com casas de férias. Alguns vêm mesmo viver para cá.

 

Luís: Contrariamente ao Algarve, nós temos menos ingleses aqui e o grosso são espanhóis, franceses, alemães e portugueses.

 

 

O que é que a Comporta tem para oferecer?

Luís: Tranquilidade, gastronomia, a praia. Mantém este aspeto selvagem. Na Comporta não se vê construção na praia. É única. É dos poucos espaços em Portugal onde se consegue estar num local que podia estar em qualquer parte do mundo. Já se fizeram catálogos de moda aqui cujos locais foram identificados como St. Louis, Barbados. É virgem, não tem nada que o identifique. É dos poucos locais em Portugal que está preservado e se vai manter preservado.

 

 

Pensa que a Comporta vai continuar assim, preservada?

Luís: Claramente e é por isso que as pessoas vêm cá. É óbvio que aos fins-de-semana e no Verão vêm mais pessoas. Temos 43 quilómetros de praia, a Comporta está mais ou menos no centro. Isto é quase uma baía. Por outro lado é protegida pela serra da Arrábida e cria um microclima muito especial.

 

Ao longo dos anos tem-se mantido a mesma estrutura. Há cuidados ambientais e tudo isso faz a diferença. A Comporta em si não é apenas um espaço de praia, mas um espaço que foi cuidado ao longo dos anos e em que houve sempre uma preocupação de sensibilizar as pessoas para a questão ambiental.

 

Se calhar por isso é que a Comporta mantém toda esta procura e manteve-se sempre nem registo muito equilibrado ao longo dos anos. A localização é fantástica, mas depois há outros detalhes de que as pessoas não se apercebem.

 

 

O Luís é daqui da Comporta?

Luís: Não, eu nasci no norte, depois vivi em Angola. Mas o local em que vivo há mais tempo é aqui. Estou cá há vinte e dois anos. Quando comecei aqui, esta praia era selvagem. Participei no plano de ordenamento da orla costeira e desde essa altura que sempre achei que este podia ser um local especial.

 

A praia era completamente selvagem, sem regras. Quando eu dizia que esta era uma das praias mais bonitas de Portugal, se calhar da Europa, as pessoas riam-se. Hoje reconhecem que se fez um trabalho muito bom e felizmente que assim é, nota-se uma evolução tremenda no que era a Praia da Comporta antigamente e no que hoje é.

 

O princípio é tratar a praia como se fosse o nosso quintal. Quando se gosta e tem carinho há uma necessidade de cuidar.

 

 

Quem visita a Comporta? É verdade que apela mais a um público de gama alta?

Luís: Não, nem por isso. O que me parece é que uma gama alta acaba por ser atraída para aqui precisamente porque encontra uma praia mais cuidada, mais discreta. A Praia da Comporta é esta. Há outras praias que são associadas à Comporta, mas que não são. O que é um privilégio, pois as pessoas associam outras à Praia da Comporta pelo prestígio que ela tem.

 

 

Quanto é que se paga para ter um chapéu?

Luís: Por duas cadeiras e um chapéu paga-se €25 por dia. As camas custam €100 por dia, com serviço no local.

 

Aqui investimos muito na segurança. Temos oito nadadores salvadores, ou seja, estamos acima daquilo que normalmente é exigido. E não temos nenhum registo de fatalidade nesta praia, também porque sempre investimos na segurança.

 

É uma praia de referência, uma praia dourada, de bandeira azul. É uma praia acessível. Temos dois toldos completamente gratuitos para deficientes, onde não pagam nada. Temos todo esse cuidado e se calhar no conjunto é isso que torna a Praia da Comporta tão especial.