Termas das Caldas reabrem este ano
Fechado desde 2013 o Hospital Termal das Caldas da Rainha, o mais antigo do mundo, reabre este ano
“Um momento histórico”, foi assim que o presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, Tinta Ferreira, definiu a assinatura do contrato em que o Governo concede à Autarquia os Direitos de Exploração da Água Mineral Natural, resumindo, da água termal local.
A fachada do Hospital Termal nas Caldas da Rainha
Porque sabe mais sobre o assunto quem vive ao lado do assunto, esta cedência é uma excelente notícia para os turistas de saúde: o presidente tinha como grande objetivo recuperar e voltar a pôr em funcionamento este Hospital Termal, o mais antigo do mundo, encerrado desde 2013 devido ao surgimento da bactéria ‘legionella’. “A Câmara só poderia intervir se tivesse a posse administrativa do Património Termal” adiantou Tinta Ferreira. “Agora temos que colocar o Hospital a funcionar, a tratar das pessoas”.
Balneário original e massagem terapêutica
As obras de recuperação vão já de vento em popa e ainda este ano começarão a funcionar as inalações no Balneário Novo. Em 2019 será requalificada a Ala Sul, com duches e banheiras, e em 2020, para além de mais duches e banheiras, o Balneário Novo terá também uma piscina.
O autarca assegura que em 2020 as Caldas “passarão a ser a principal unidade termal a norte de Lisboa, com o Hotel a funcionar”.
Este hotel será a mais valia para o turista que chega às Caldas e não busca apenas o turismo termal. Integrará os Pavilhões do Parque D. Carlos I, património arquitectónico interessantíssimo mas abandonado, que a Administração Central fez agregar à lista de edifícios públicos degradados a concessionar a privados, no âmbito do programa Valorização do Património.
Os Pavilhões do Parque, que albergarão o novo Montebello Bordallo Pinheiro Caldas da Rainha Hotel
Foi a Visabeira a empresa escolhida para a recuperação e concessão desta joia gótica e vitoriana de espírito Harry Potter. A unidade hoteleira, pensada para cinco estrelas, chamar-se-á Montebello Bordallo Pineiro Caldas da Rainha Hotel, e pretende ser um hotel “com características inovadoras, ligando o hotel à cerâmica”. Será um investimento de 14,4 milhões de euros e terá capacidade para 107 unidades de alojamento com 214 camas. Usará as termas, com piscinas interior e exterior e espaços de tratamento termal.
Todo este luxo estonteante contrasta com a génese das Termas e da própria cidade: o primeiro Hospital Termal do mundo foi fundado aqui pela rainha D. Leonor em 1485. A História reza que em 1484 D. Leonor, esposa do rei D. João II, ia em direção à Batalha e ao passar por ali viu alguns pobres metidos em “prezas daquelas águas cálidas que saíam da fonte fumegando”.
A rainha perguntou que preparos eram aqueles, e os pobrezinhos responderam-lhe que eram doentes de “frialdades” e que naquelas águas encontravam alívio e cura. A Rainha decidiu então criar melhores condições para que os pobres ali tivessem melhor experiência termal, com mais conforto, e assim nasceram as Caldas, que é palavra sinónima para termas e que originou o nome da cidade, as Caldas (termas) da Rainha.
Em termos técnicos a água das Caldas é hipersalina, e na composição iónica é sulfúrea e cloretada sódica. Terapeuticamente é indicada para estados de artrose, reumatismos inflamatórios, gota, sequelas pós-traumáticas, sinusites, rinites e toda uma panóplia de maleitas do foro respiratório.
Se pensarmos que boa parte dos turistas que nos visitam, ou dos expatriados que nos escolhem para viver, são idosos, não admira nada que este projeto seja uma aposta ganha à partida.
Imagens cedidas pelo Município
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